Projeto Acelera 9º ANO 2º bimestre
LINGUAGEM: é um processo comunicativo pelo qual as pessoas
interagem entre si.
INTERLOCUTORES: são as pessoas que participam do processo de
interação que se dá por maio da linguagem.
LINGUA: é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias
por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.
CODIGO: é um conjunto de sinais e regras utilizados por uma
comunidade.
ONOMATOPÉIAS: são palavras ou expressões que imitam sons e ruídos.
VARIEDADES LINGUÍSTICAS: são as variações que uma língua apresenta
em razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada.
ENUNCIADO: é tudo o que o locutor enuncia, isto é, tudo o que ele
diz ao locutário numa determinada situação.
TEXTO: é um enunciado ou um conjunto de enunciados, verbais, que
apresenta unidade de sentido.
DISCURSO: é o processo comunicativo capaz de construir sentido.
Além dos enunciados, envolve também os elementos do contexto (quem são os
interlocutores, que imagem um tem do outro, em que momento e lugar ocorre a
interação, com que finalidade, etc.).
INTENCIONALIDADE DISCURSIVA:
são as intenções,
implícitas, exigentes no discurso.
PARA SABER MAIS CLIQUE ABAIXO
PARA SABER MAIS CLIQUE ABAIXO
GÊNEROS DO DISCURSO: são textos que circulam em determinadas
esferas de atividades humanas e que, com pequenas variações, apresentam tema,
estrutura e linguagem semelhantes.
Conhecer os verbos de comando é fundamental para que você possa
interpretar de maneira adequada às questões propostas a partir dos enunciados.
Estes são alguns. Estude-os atentamente e em caso de dúvidas, recorra à
professora durante as aulas.
Afirmar: Apresentar, declarar os pontos principais de um
assunto.
Aplicar: Empregar o conhecimento em situações específicas e
concretas
Apontar: Indicar, mostrar.
Citar: Apontar, mencionar como exemplo.
Comentar: Comentário é a descrição dos elementos e dimensões
constitutivas de fenômenos, idéias ou textos. Nele, revelam-se aspectos
positivos/ negativos,
com base em algum juíso de valor. Um comentário ganha consistência quando tenta
esclarecer pormenores que muitas vezes passam despercebidos. Para aprimorar os
comentários é importante desenvolver o sentido de fidelidade ao observado e à
logicidade interna, dimensões que lhe dão consistência.
Conceituar: Definir com suas palavras.
Confrontar: pôr frente, comparar.
Contradizer: Contestar, ir contra, dizer o contrário.
Dissertar: Expor determinado assunto com argumentação própria.
Deduzir (Inferir): Tirar conclusões, raciocinar a partir da
análise de dados fornecidos.
Endossar: Argumentar favoravelmente.
Expor: Narrar, explicar.
Refutar: Argumentar contrariamente.
Relatar: Mencionar, descrever.
Resolver: Efetuar, dar solução
QUESTÕES OBJETIVAS
Leia o texto 01 e faça
as questões 1, 2 e 3.
TEXTO 01
Conversinha Mineira
--
É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
--
Sei dizer não senhor: não tomo café.
--
Você é dono do café, não sabe dizer?
--
Ninguém tem reclamado dele não senhor.
--
Então me dá café com leite, pão e manteiga.
--
Café com leite só se for sem leite.
--
Não tem leite?
--
Hoje, não senhor.
--
Por que hoje não?
--
Porque hoje o leiteiro não veio.
--
Ontem ele veio?
--
Ontem não.
--
Quando é que ele vem?
--
Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes, não vem. Só que no dia que
devia vir em geral não vem.
--
Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
--
Ah, isso está, sim senhor.
--
Quando é que tem leite?
--
Quando o leiteiro vem.
--
Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
--
O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
--
Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa:
como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
--
Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
--
E há quanto tempo o senhor mora aqui?
--
Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco
mais, um pouco menos.
--
Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
--
Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
--
Para que Partido?
--
Para todos os Partidos, parece.
--
Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
--
Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
--
E o Prefeito?
--
Que é que tem o Prefeito?
--
Que tal o Prefeito daqui?
--
O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
--
Que é que falam dele?
--
Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
--
Você, certamente, já tem candidato.
--
Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
--
Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é
essa?
--
Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...
Texto extraído do livro A Mulher do Vizinho,
Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1962, pág. 144.
QUESTÃO 01 (Descritor:
perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a
fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da
interação comunicativa.)
Assunto: Intencionalidade e estrutura textual
Após
a leitura do texto Conversinha Mineira, pode-se afirmar que o autor traça um
perfil do mineiro. Assinale a alternativa que determina qual seria esse perfil.
O
mineiro é
a)
um sujeito astucioso, prefere não dizer algo que o comprometa ou que possa ser
interpretado como uma tomada de posição.
b)
cara folgado, indolente, evitando a todo custo tomar uma posição, pois isso
pode lhe dar trabalho e vir a interromper o seu sossego.
c)
homem ingênuo, de boa fé, facilmente enganado pelos fregueses espertalhões e
políticos ladinos, pois fala muito e adora uma fofoca.
d)
cara pacato, pacífico, que desencoraja qualquer intenção de briga ou discussão,
pois não permite que lhe façam qualquer pergunta.
QUESTÃO 02 (Descritor:
identificar elementos extralingüísticos utilizados para a compreensão global de
textos diversos.)
Assunto: Texto e informatividade
Pode-se
AFIRMAR que o dono da leiteria se
encaixa perfeitamente na expressão “como bom mineiro que é...”, pois respondeu
a quase todas as perguntas de modo
a)
provocante.
b)
desonesto.
c)
objetivo.
d)
evasivo.
QUESTÃO 03 (Descritor:
identificar as variações dialetais na literatura típica de uma determinada
região, com especial atenção aos recursos de vocabulário utilizados no texto.)
Assunto: Variação lingüística.
Em
relação à linguagem do texto, podemos afirmar que
a) a diferença de linguagem entre os
interlocutores se dá por serem de diferentes países.
b) a linguagem do dono da leiteria
denuncia sua ignorância e sua falta de estudo.
c) a diferença de linguagem entre os
interlocutores não os impede de estabelecer um diálogo.
d) a linguagem de ambos é inadequada para
a situação em que se encontram.
Leia o texto 2 e faça as
questões 4, 5, 6 e 7.
TEXTO
02
Nós,
os brasileiros
Uma
editora européia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o
Brasil. Como sempre, eles falam da floresta Amazônica, uma floresta muito pouco
real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando
entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos
e tigres mágicos.
Traduzo
os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta - e nunca realizada -
vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas)
ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e
estudantes universitários - portanto, gente razoavelmente culta - eu fui
invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como
e o que somos. - A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma
universidade americana famosa. - Mas a
senhora é loira!
Depois
de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus
romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário
famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: - Que maravilha! Nunca imaginei
que no Brasil houvesse pessoas cultas!
Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: Escritora brasileira?
Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma
crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá,
acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro
brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”.
Diante
dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei
mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira quanto
ao geograficamente fora
de seus interesses, mas também
a culpa é
nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.
Em
uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros
(não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando
carnaval, futebol, praia e mato. E eu,
mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus
personagens eróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de
cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão
brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas
de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos,
nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei
naquele tempo além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de
tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter
medo da palavra?) maravilhosa.
(LUFT, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, p.49-51.)
QUESTÃO 04 (Descritor:
perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a
fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da
interação comunicativa.)
Assunto: Intencionalidade e estrutura textual
Assinale a alternativa em que a palavra em
destaque está INCORRETAMENTE
interpretada.
a)
“A
culminância foi a observação de uma
crítica berlinense (...)”. (AUGE)
b)
“Pois
o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” (PRIMITIVO)
c)
“...
mulheres de corpos alvíssimos espreitando
entre os troncos das árvores (...)” (OCULTANDO-SE)
d)
“(...)
esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira (...)” (ÊXTASE)
QUESTÃO 05 (Descritor:
estabelecer relação entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades
comunicativas a partir das quais foi construído.)
Assunto: Texto e informatividade.
Assinale
a alternativa que confirma a alegação da autora: a imagem do Brasil, exótico e
folclórico, é exportada pelos próprios brasileiros.
a)
“-
A senhora é brasileira? (...) Mas a senhora é loira!”
b)
“-
Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?”
c)
“Que
maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!”
d)
“(...)
muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e
mato.”
QUESTÃO 06 (Descritor:
identificar as circunstâncias expressas pelos advérbios assim como pelas
orações adverbiais correspondentes.)
Assunto: Advérbio, adjunto adverbial e oração
subordinada adverbial.
Qual
das classificações abaixo NÃO corresponde
ao advérbio destacado?
a)
“(...)
uma floresta muito pouco real (...)”
- intensidade
b)
“E,
eu, mulher essencialmente urbana
(...)” - modo
c)
“(...)
e nunca realizada (...)” -
conseqüência
d)
“(...)
não muito bem arrumados (...)” -
negação
QUESTÃO 07 (Descritor:
identificar as estruturas sintáticas caracterizadoras das orações adverbiais
condicionais, causais, conformativas, concessivas, comparativas, consecutivas,
temporais, proporcionais, finais.)
Assunto: Orações adverbiais: condicionais,
causais, conformativas, concessivas, comparativas, consecutivas, temporais,
proporcionais, finais.
A
relação de idéias expressa nas orações foi estabelecida de forma CORRETA em
a)
“(...)
me senti tão deslocada quanto um
macaco em uma loja de cristais.” (CONSEQÜÊNCIA)
b)
“Mesmo que tentasse explicar, ninguém
acreditaria que eu era tão brasileira (...)” (CONCESSÃO)
c)
“(...)
não parece um livro brasileiro, pois
não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. (COMPARAÇÃO)
d)
“Traduzo
os poemas por dever do ofício, mas
com uma secreta (...) vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.”
(CAUSA)
TEXTO
03
Eu
nada entendo
Eu
nada entendo da questão social.
Eu
faço parte dela, simplesmente...
E
sei apenas do meu próprio mal,
Que
não é bem o mal de toda gente,
Nem
é deste Planeta... Por sinal
Que
o mundo se lhe mostra indiferente!
E
o meu Anjo da Guarda, ele somente,
É
quem lê os meus versos afinal...
Entre
os Loucos, os Mortos e as Crianças,
É
lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos
comuns desejos e esperanças!
(QUINTANA, Mário. Antologia
Poética. 1977. São Paulo.)
QUESTÃO 08 (Descritor:
fazer inferências a partir de símbolos, ilustrações, jogos de palavras e
imagens metafóricas.)
Assunto: O texto poético.
No
último verso da 1ª estrofe, a palavra bem
poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido, por
a)
que
não é proveitoso o mal de toda gente.
b)
que
não é exatamente o mal de toda gente.
c)
que
não é correto o mal de toda gente.
d)
que
não é suficiente o mal de toda gente.
Leia o texto 4 e faça as
questões 9 e 10.
TEXTO
04
De
gramática e de linguagem
E
havia uma gramática que dizia assim:
“substantivo
(concreto) é tudo quanto indica
Pessoa,
animal ou cousa: João, sabiá, caneta”
Eu
gosto é das cousas. As cousas sim!...
As
pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.
As
cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma
pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo
pode estar choco: é inquietante...)
As
cousas vivem metidas com as suas cousas.
E
não exigem nada.
Apenas
que não as tirem do lugar onde estão.
E
João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para
quê? Não importa: João vem!
E
há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso... João só será
definitivo
Quando esticar a canela. Morre,
João...
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer
objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro.
Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente
de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas
e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas
escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua
boca.
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu lhes saibas o
misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...
Mário Quintana. Poesias completas. 1989. São Paulo.
QUESTÃO
09 (Descritor: estabelecer relações, em texto poético, entre
forma - verso, estrofe, exploração gráfica do espaço etc.- ou recursos
lingüísticos expressivos, e temas - lirismo amoroso, descrição de objeto ou
cena, retrato do cotidiano, narrativa dramática etc.)
Assunto: Linguagem literária
“Mas
o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os
puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde.
Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro.
Lento. Eu sonho (...) “
No
trecho acima, se tivesse que respeitar a regra de pontuação, Quintana deveria
ter separado os adjetivos por vírgula, visto estar enumerando palavras da mesma
classe gramatical. Entretanto, o poeta separa-as com um ponto final. Assinale a
alternativa que JUSTIFICA a escolha
do autor por essa pontuação.
a)
O
autor usou a pontuação para indicar uma longa pausa entre cada um dos termos.
b)
A
pontuação referida é exemplo de licença poética, pois o autor tem liberdade de
utilizar de qualquer recurso.
c)
A
pontuação escolhida reforça a idéia de que o poeta gosta dos adjetivos
isolados, isentos de qualquer objeto.
d)
O
autor optou por essa pontuação, para chamar a atenção do leitor em relação à
adjetivação excessiva.
QUESTÃO
10 (Descritor: fazer inferências a partir de símbolos,
ilustrações, jogos de palavras e imagens metafóricas.)
Assunto: Linguagem literária
Nesse
poema, Quintana declara preferir as cousas aos homens. Assinale a afirmativa
que NÃO justifica essa preferência
do poeta.
a)
“Esses
vivem em eterna demanda.”
b)
“Não
se metem com ninguém.”
c)
“Multiplicam-se
em excesso.”
d)
“Estão
em toda parte.”
TEXTO 05
Poética
Estou
farto do lirismo comedido
Do
lirismo bem comportado
Do
lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
manifestações (de apreço ao sr. Diretor.)
(...)
Estou
farto do lirismo* namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993).
*Lirismo
é o "fazer poesia".
QUESTÃO
11 (Descritor: identificar recursos prosódicos freqüentes em
texto poético.)
Assunto: Elementos prosódicos do texto poético
Sobre
o poema Poética, assinale a
alternativa CORRETA.
a)
O
lirismo caracterizado no 3º verso da 1ª estrofe é o oposto do lirismo comedido
do 1º verso da 1ª estrofe.
b)
Na
2ª estrofe, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso, em qualquer que seja
sua manifestação.
c)
Do
2º ao 4º verso, 2ª estrofe, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem
a campos semânticos diferentes.
d)
A
palavra lirismo tem função metalingüística, isto é, revela que o assunto do
poema é o próprio fazer poético.
Leia o texto 06 e faça as questões 12
e 13.
TEXTO
06
Bruta
flor do querer
Quando
era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas
antigas lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer
criança. Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele
examinou todo o universo contido na loja e começou a gritar, desesperado: “O
que é que eu quero???”.
Quem
nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu
que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me
perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer? A gente sabe o que não quer: não queremos
monotonia, não queremos nos endividar, não queremos perder tempo com pessoas
mesquinhas, não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial
continua sem resposta: o que a gente quer? O que iremos escolher entre tantas
coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro?
Sério,
a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro. “O que é
que você quer?” Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música.
Homeopatia. Casar. Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro.
Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o Brasil de carro. Entrar para a política.
Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a Grécia. Morrer
dormindo. Não morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender tudo o que aprendeu errado.
Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar na praia.
Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com
seu pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca
mais sofrer por amor. Nunca mais. O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar.
Trancar a Faculdade. Cursar uma
Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia
Mecânica. Engenharia Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias.
Chorar. Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos
você tem aí. Olha, por esse preço, só uma caixinha
vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro. Serve.
MEDEIROS, Marta. Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003.
p.199-200.
QUESTÃO 12 (Descritor:
estabelecer relação entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades
comunicativas a partir das quais foi construído.)
Assunto: Intencionalidade e estrutura textual
Assinale a alternativa que contém a idéia
expressa pelo título do texto “Bruta flor do querer”.
a)
“Abra
a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”.
b)
“Ao
ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?”
c)
“...
antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer
criança.”
d)
“Olha,
por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem
dentro.”
QUESTÃO 13 (Descritor:
perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a
fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da
interação comunicativa.)
Assunto: Perfil de interlocutor pressuposto
A
expressão “O que é que você quer?”,
denota
a)
a
interlocução da autora do texto com o leitor.
b)
o
susto da vendedora devido ao desespero de Rivera.
c)
o
desinteresse da autora mediante os desejos humanos.
d)
a
apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes.
Leia o texto 07 e faça
as questões 14, 15 e 16.
TEXTO
07
A
FLOR NO ASFALTO
Conheço
esta estrada genocida, o começo da Rio - Petrópolis. Duvido que se encontre um
trecho rodoviário ou urbano mais assassino do que esse. São tantos os acidentes que já nem se abre inquérito. Quem atravessa a Avenida Brasil fora da
passarela quer morrer. Se morre, ninguém liga. Aparece aquela velinha acesa, o corpo é
coberto por uma folha de jornal e pronto. Não se fala mais nisso.
Teria sido o destino de dona Creusa, se não
levasse nas entranhas a própria vida. Na pista que vem para o Rio, a 20 metros
da passarela de pedestres, dona Creusa foi apanhada por uma Kombi. O motorista
tentou parar e não conseguiu. Em seguida veio outro carro, um Apolo, e
sobreveio o segundo atropelamento. A
mesma vítima. Ferida, o ventre
aberto pelas ferragens, deu-se aí o milagre. Dona Creusa estava grávida e
morreu na hora. Mas no asfalto, expelida com a placenta, apareceu uma criança.
Coberta a mãe com um plástico azul, um estudante pegou o bebê e o levou para o
acostamento. Nunca tinha visto um parto na sua vida. Entre os curiosos, uma
mulher amarrou o umbigo da recém-nascida. Uma menina. Por sorte, vinha vindo
uma ambulância. Depois de chorar no asfalto, o bebê foi levado para o hospital
de Xerém. Dona Creusa, aos 44 anos, já era avó, mãe de vários filhos e viúva.
Pobre, concentração humana de experiências e de dores, tinha pressa de viver. E
era uma pilha carregada de vida. Quem devia estar ali era sua nora
Marizete. Mas dona Creusa se ofereceu
para ir ao seu lugar porque, grávida, não pagava a passagem. Com o dinheiro do
ônibus podia comprar sabão. Levava uma bolsa preta, com um coração de cartolina
vermelha. No cartão estava escrito: quinta-feira. Foi o dia do atropelamento.
Apolo é o símbolo da vitória sobre a violência. Diz o poeta Píndaro que é o
deus que põe no coração o amor da concórdia. No hospital, sete mães disputaram
o privilégio de dar de mamar ao bebê. A vida é forte. E bela, apolínea, apesar
de tudo. Por que não?
Otto
Lara Resende
Vocabulário
Apolínea
- relativo a Apolo; belo como esse deus grego.
Genocida
- crime contra a humanidade; extermínio de uma raça.
QUESTÃO 14 (Descritor: localizar características típicas de
organização da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador,
discurso direto e indireto - em textos.)
Assunto: Crônica
Leia
as afirmativas abaixo e coloque V
para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a
seqüência CORRETA.
( ) O texto de Otto Lara Resende
descreve apenas mais um atropelamento na Rio - Petrópolis.
( ) O autor afirma que não existe
estrada mais assassina que a Rio – Petrópolis.
( ) Quanto ao título, não haveria
diferença quanto ao significado se trocássemos o artigo definido por um
indefinido.
( ) O cronista buscou transmitir uma
notícia drástica de maneira suave ao criar este título: “A flor no asfalto”.
a) ( ) VFVF b)
( ) VFVV c) (
) FFVV d)
( ) FVVF
QUESTÃO 15 (Descritor:
reconhecer os pronomes e seus mecanismos de articulação.)
Assunto: Progressão textual
Sobre
a crônica “A flor no asfalto” é CORRETO
afirmar que
a)
o
pronome “tudo”, na última linha, retoma a idéia central do texto.
b)
a
palavra “tantos”, linha 2 do 1º parágrafo, funciona como adjetivo, pois
especifica o vocábulo “acidentes”.
c)
o
pronome “quem”, linha 2 do 1º parágrafo, refere-se a todos que já passaram pelo
local.
d)
a
palavra “nisso”, linha 4 do 1º parágrafo, resume todo o texto e se refere aos
acidentes incomuns.
QUESTÃO 16 (Descritor:
estabelecer relação entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades
comunicativas a partir das quais foi construído.)
Assunto: Crônica
Leia
as afirmativas abaixo e coloque (V)
para VERDADEIRO ou (F) para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a
seqüência CORRETA.
I.
Na frase “Se morre, ninguém liga”, linha 3 do 1º parágrafo, o emprego do verbo
“ligar” implica chamar ajuda.
II.
De acordo com o texto, o modo do tempo verbal que abre o 2º parágrafo - “Teria”
- indica um fato ocorrido.
III.
A condição que evitou o esquecimento da morte de “dona Creusa” foi o fato dela
estar grávida.
IV.
O vocábulo “ferida”, linha 3 do 2º parágrafo, foi usado como um recurso textual
para evitar repetições.
Os
itens II e III são verdadeiros.
Há
três itens verdadeiros.
a)
( ) Somente os itens III e IV são corretas.
b)
( ) Todos os itens são falsos.
TEXTO 08
FURTO DE FLOR
Furtei
uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava
feliz. O copo destina-se a beber e flor não é para ser bebida. Passei-a para o
vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição.
Quantas novidades há numa flor se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu
assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor
empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar
para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor
particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde
desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
–
Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. RJ, José Olympio,
1985. p. 80
QUESTÃO 17 (Descritor: localizar características típicas de
organização da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens,
narrador, discurso direto e indireto - em textos.)
Assunto: Conto
Leia
as afirmativas abaixo e coloque V
para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a
seqüência CORRETA.
( ) O texto Furto de Flor é predominantemente narrativo.
( ) O autor ao longo do texto vai
construindo um misto de narrativa e texto subjetivo.
( ) O autor usou a 1ª pessoa para,
supostamente, aproximar-se do personagem da narrativa.
( ) Apenas pela leitura do título do
texto, pode-se afirmar que o texto é narrativo.
a) ( ) VVFF
b) ( ) VFFV
c) ( ) VFVF
d)
( ) FVFF
QUESTÃO 18 (Descritor: localizar características típicas de
organização da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens,
narrador, discurso direto e indireto - em textos.)
Assunto: Conto
Leia
as afirmativas abaixo e coloque V para
VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida
assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.
( ) O autor parece supor que no copo a
flor não estava satisfeita, pois ela poderia se sentir amedrontada, uma vez que
corria o risco de ser bebida.
( ) Ao longo do texto, o personagem vai
gradativamente buscando manter a flor viva, mas não é feliz no seu intento,
pois a retirou de seu habitat natural.
( ) Segundo o texto de Drummond, a
condição para haver novidade numa flor, sem agredi-la, é apenas admirá-la.
a)
( ) Somente o item II é falso.
b)
( ) Os itens II e III são falsos.
c)
( ) Todos os itens são verdadeiros.
d)
( ) Somente os itens II e III são
verdadeiros.
Leia o texto 09 e faça
as questões 19 e 20.
TEXTO 09
Os jovens e os dilemas
da sexualidade
Atualmente,
os jovens estão iniciando a vida sexual mais cedo. A sexualidade tem sido
discutida de forma mais “aberta”, nos discursos pessoais, nos meios de
comunicação, na literatura e artes. Entretanto, essa aparente “liberdade
sexual” não torna as pessoas mais “livres”, pois ainda há bastante repressão e
preconceito sobre o assunto.
Além
disso, as regras de como devemos nos comportar sexualmente prevalecem em todos
os discursos, o que se torna uma questão velada de repressão. O jovem do século
XXI é visto como livre, bem informado, “antenado” com os acontecimentos, mas as
pesquisas mostram que, quando o assunto é sexo, há muitas dúvidas e conflitos.
Desde dúvidas específicas sobre questões biológicas, como as doenças
sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que
devem tomar em determinadas situações.
Apesar
de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e
orientações suficientes. A mídia, salvo exceções, contribui para a
desinformação sobre sexo e a deturpação de valores. A superbanalização de
assuntos relacionados à sexualidade e das relações afetivas gera dúvidas e
atitudes precipitadas. Isso pode levar muitos jovens a se relacionarem de forma
conflituosa com os outros e também com a própria sexualidade.
Enfim,
hoje existe uma aparente liberdade sexual. Ao mesmo tempo em que as pessoas
são, em comparação a anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo
afetivo e sexual, ainda há muita cobrança por parte da sociedade. Essa cobrança
acaba sendo internalizada. Assim, as pessoas acabam assumindo comportamentos e
valores adotados pela maioria.
QUESTÃO 19 (Descritor:
perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a
fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da
interação comunicativa.)
Assunto: Texto e informatividade
No
texto, a autora afirma que há uma
aparente liberdade sexual. Assinale a alternativa que CONFIRMA essa afirmação.
a)
A
maneira incisiva e proibitiva como a sociedade hoje, muito mais que em anos
passados, tem agido no que diz respeito à sexualidade dos jovens.
b)
A
nova postura dos jovens de hoje que têm mais liberdade em suas escolhas, porém
as práticas sociais, de certa forma, influenciam de maneira repressiva seus
valores.
c)
A
banalização da sexualidade, que faz com que os grupos sociais, nos dias de hoje,
deixem de se importar com questões dessa natureza.
d)
O
total descaso da sociedade em relação à vida sexual dos jovens, apesar dos
perigos a que eles estão expostos, como às doenças sexualmente transmissíveis.
QUESTÃO 20 (Descritor:
identificar as circunstâncias expressas pelos advérbios assim como pelas
orações adverbiais correspondentes.)
Assunto: Conjunções subordinativas adverbiais.
Assinale
a alternativa que mantém o mesmo sentido do conectivo da oração em destaque.
“Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo,
os jovens não têm informações e orientações suficientes.”
a)
Embora
iniciem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações
suficientes.
b)
Como
os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, não têm informações e orientações
suficientes.
c)
Tanto
os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, que não têm informações e
orientações suficientes.
d)
Os
jovens iniciam a vida sexual mais cedo, portanto não têm informações e
orientações suficientes.
Gabarito?
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