domingo, 1 de maio de 2016

Atividades 9º Ano – Língua Portuguesa – Com Descritores 2

 Projeto Acelera 9º ANO 2º bimestre

LINGUAGEM: é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si.

INTERLOCUTORES: são as pessoas que participam do processo de interação que se dá por maio da linguagem.

LINGUA: é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.

CODIGO: é um conjunto de sinais e regras utilizados por uma comunidade.

ONOMATOPÉIAS: são palavras ou expressões que imitam sons e ruídos.

VARIEDADES LINGUÍSTICAS: são as variações que uma língua apresenta em razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada.

ENUNCIADO: é tudo o que o locutor enuncia, isto é, tudo o que ele diz ao locutário numa determinada situação.

TEXTO: é um enunciado ou um conjunto de enunciados, verbais, que apresenta unidade de sentido.

DISCURSO: é o processo comunicativo capaz de construir sentido. Além dos enunciados, envolve também os elementos do contexto (quem são os interlocutores, que imagem um tem do outro, em que momento e lugar ocorre a interação, com que finalidade, etc.).

INTENCIONALIDADE  DISCURSIVA: são  as intenções, implícitas, exigentes no discurso.

PARA SABER MAIS CLIQUE ABAIXO

GÊNEROS DO DISCURSO: são textos que circulam em determinadas esferas de atividades humanas e que, com pequenas variações, apresentam tema, estrutura e linguagem semelhantes.

Conhecer os verbos de comando é fundamental para que você possa interpretar de maneira adequada às questões propostas a partir dos enunciados. Estes são alguns. Estude-os atentamente e em caso de dúvidas, recorra à professora durante as aulas.
Afirmar: Apresentar, declarar os pontos principais de um assunto.
Aplicar: Empregar o conhecimento em situações específicas e concretas
Apontar: Indicar, mostrar.
Citar: Apontar, mencionar como exemplo.
Comentar: Comentário é a descrição dos elementos e dimensões constitutivas de fenômenos, idéias ou textos. Nele, revelam-se aspectos positivos/      negativos, com base em algum juíso de valor. Um comentário ganha consistência quando tenta esclarecer pormenores que muitas vezes passam despercebidos. Para aprimorar os comentários é importante desenvolver o sentido de fidelidade ao observado e à logicidade interna, dimensões que lhe dão consistência.
Conceituar: Definir com suas palavras.
Confrontar: pôr frente, comparar.
Contradizer: Contestar, ir contra, dizer o contrário.
Dissertar: Expor determinado assunto com argumentação própria.
Deduzir (Inferir): Tirar conclusões, raciocinar a partir da análise de dados fornecidos.
Endossar: Argumentar favoravelmente.
Expor: Narrar, explicar.
Refutar: Argumentar contrariamente.
Relatar: Mencionar, descrever.
Resolver: Efetuar, dar solução

QUESTÕES OBJETIVAS

Leia o texto 01 e faça as questões 1, 2 e 3.


TEXTO 01
Conversinha Mineira

-- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
-- Sei dizer não senhor: não tomo café.
-- Você é dono do café, não sabe dizer?
-- Ninguém tem reclamado dele não senhor.
-- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
-- Café com leite só se for sem leite.
-- Não tem leite?
-- Hoje, não senhor.
-- Por que hoje não?
-- Porque hoje o leiteiro não veio.
-- Ontem ele veio?
-- Ontem não.
-- Quando é que ele vem?
-- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes, não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.
-- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
-- Ah, isso está, sim senhor.
-- Quando é que tem leite?
-- Quando o leiteiro vem.
-- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
-- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
-- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
-- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
-- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
-- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
-- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
-- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
-- Para que Partido?
-- Para todos os Partidos, parece.
-- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
-- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
-- E o Prefeito?
-- Que é que tem o Prefeito?
-- Que tal o Prefeito daqui?
-- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
-- Que é que falam dele?
-- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
-- Você, certamente, já tem candidato.
-- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
-- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
-- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí... 

Texto extraído do livro A Mulher do Vizinho, Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1962, pág. 144.




QUESTÃO 01 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da interação comunicativa.)

Assunto: Intencionalidade e estrutura textual

Após a leitura do texto Conversinha Mineira, pode-se afirmar que o autor traça um perfil do mineiro. Assinale a alternativa que determina qual seria esse perfil.

O mineiro é

a) um sujeito astucioso, prefere não dizer algo que o comprometa ou que possa ser interpretado como uma tomada de posição.
b) cara folgado, indolente, evitando a todo custo tomar uma posição, pois isso pode lhe dar trabalho e vir a interromper o seu sossego.
c) homem ingênuo, de boa fé, facilmente enganado pelos fregueses espertalhões e políticos ladinos, pois fala muito e adora uma fofoca.
d) cara pacato, pacífico, que desencoraja qualquer intenção de briga ou discussão, pois não permite que lhe façam qualquer pergunta.


QUESTÃO 02 (Descritor: identificar elementos extralingüísticos utilizados para a compreensão global de textos diversos.)

Assunto: Texto e informatividade

Pode-se AFIRMAR que o dono da leiteria se encaixa perfeitamente na expressão “como bom mineiro que é...”, pois respondeu a quase todas as perguntas de modo

a)    provocante.
b)    desonesto.
c)    objetivo.
d)    evasivo.

QUESTÃO 03 (Descritor: identificar as variações dialetais na literatura típica de uma determinada região, com especial atenção aos recursos de vocabulário utilizados no texto.)
Assunto: Variação lingüística.

Em relação à linguagem do texto, podemos afirmar que

a) a diferença de linguagem entre os interlocutores se dá por serem de diferentes países.
b) a linguagem do dono da leiteria denuncia sua ignorância e sua falta de estudo.
c) a diferença de linguagem entre os interlocutores não os impede de estabelecer um diálogo.
d) a linguagem de ambos é inadequada para a situação em que se encontram.





Leia o texto 2 e faça as questões 4, 5, 6 e 7.

TEXTO 02

Nós, os brasileiros

Uma editora européia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como sempre, eles falam da floresta Amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, [...]”. Não faltam flores azuis, rios cristalinos e tigres mágicos.
Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta - e nunca realizada - vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários - portanto, gente razoavelmente culta - eu fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância a respeito de quem, como e o que somos. - A senhora é brasileira? Comentaram espantados alunos de uma universidade americana famosa.  - Mas a senhora é loira!
Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdã, um trecho de um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: - Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!  Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”.
Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou  inatural) alienação estrangeira  quanto  ao  geograficamente  fora  de  seus  interesses, mas  também  a  culpa  é  nossa. Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.
Em uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato.  E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens eróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo além do português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.
 (LUFT, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, p.49-51.)


QUESTÃO 04 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da interação comunicativa.)

Assunto: Intencionalidade e estrutura textual

 Assinale a alternativa em que a palavra em destaque está INCORRETAMENTE interpretada.

a)    “A culminância foi a observação de uma crítica berlinense (...)”. (AUGE)
b)    “Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” (PRIMITIVO)
c)    “... mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores (...)” (OCULTANDO-SE)
d)    “(...) esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira (...)” (ÊXTASE)




QUESTÃO 05 (Descritor: estabelecer relação entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades comunicativas a partir das quais foi construído.)

Assunto: Texto e informatividade.

Assinale a alternativa que confirma a alegação da autora: a imagem do Brasil, exótico e folclórico, é exportada pelos próprios brasileiros.

a)           “- A senhora é brasileira? (...) Mas a senhora é loira!”
b)           “- Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?”
c)            “Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!”
d)           “(...) muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e mato.”


QUESTÃO 06 (Descritor: identificar as circunstâncias expressas pelos advérbios assim como pelas orações adverbiais correspondentes.)

Assunto: Advérbio, adjunto adverbial e oração subordinada adverbial.

Qual das classificações abaixo NÃO corresponde ao advérbio destacado?

a)           “(...) uma floresta muito pouco real (...)” - intensidade
b)           “E, eu, mulher essencialmente urbana (...)” - modo
c)            “(...) e nunca realizada (...)” - conseqüência
d)           “(...) não muito bem arrumados (...)” - negação


QUESTÃO 07 (Descritor: identificar as estruturas sintáticas caracterizadoras das orações adverbiais condicionais, causais, conformativas, concessivas, comparativas, consecutivas, temporais, proporcionais, finais.)

Assunto: Orações adverbiais: condicionais, causais, conformativas, concessivas, comparativas, consecutivas, temporais, proporcionais, finais.


A relação de idéias expressa nas orações foi estabelecida de forma CORRETA em

a)    “(...) me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais.” (CONSEQÜÊNCIA)
b)    Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira (...)” (CONCESSÃO)
c)    “(...) não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”. (COMPARAÇÃO)
d)    “Traduzo os poemas por dever do ofício, mas com uma secreta (...) vontade de inserir ali um grãozinho de realidade.” (CAUSA)


TEXTO 03

Eu nada entendo

Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela, simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é bem o mal de toda gente,

Nem é deste Planeta... Por sinal
Que o mundo se lhe mostra indiferente!
E o meu Anjo da Guarda, ele somente,
É quem lê os meus versos afinal...

Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças,
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos comuns desejos e esperanças!
(QUINTANA, Mário. Antologia Poética. 1977. São Paulo.)

QUESTÃO 08 (Descritor: fazer inferências a partir de símbolos, ilustrações, jogos de palavras e imagens metafóricas.)
Assunto: O texto poético.

No último verso da 1ª estrofe, a palavra bem poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido, por

a)    que não é proveitoso o mal de toda gente.
b)    que não é exatamente o mal de toda gente.
c)    que não é correto o mal de toda gente.
d)    que não é suficiente o mal de toda gente.


Leia o texto 4 e faça as questões 9 e 10.

TEXTO 04

De gramática e de linguagem



E havia uma gramática que dizia assim:
“substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”
Eu gosto é das cousas. As cousas sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...

Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. 
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram 
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca.
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu lhes saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...



Mário Quintana. Poesias completas. 1989. São Paulo.



QUESTÃO 09 (Descritor: estabelecer relações, em texto poético, entre forma - verso, estrofe, exploração gráfica do espaço etc.- ou recursos lingüísticos expressivos, e temas - lirismo amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa dramática etc.)
Assunto: Linguagem literária

“Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. 
Sonoro. Lento. Eu sonho (...) “

No trecho acima, se tivesse que respeitar a regra de pontuação, Quintana deveria ter separado os adjetivos por vírgula, visto estar enumerando palavras da mesma classe gramatical. Entretanto, o poeta separa-as com um ponto final. Assinale a alternativa que JUSTIFICA a escolha do autor por essa pontuação.

a)    O autor usou a pontuação para indicar uma longa pausa entre cada um dos termos.
b)    A pontuação referida é exemplo de licença poética, pois o autor tem liberdade de utilizar de qualquer recurso.
c)    A pontuação escolhida reforça a idéia de que o poeta gosta dos adjetivos isolados, isentos de qualquer objeto.
d)    O autor optou por essa pontuação, para chamar a atenção do leitor em relação à adjetivação excessiva.
 
QUESTÃO 10 (Descritor: fazer inferências a partir de símbolos, ilustrações, jogos de palavras e imagens metafóricas.)
Assunto: Linguagem literária

Nesse poema, Quintana declara preferir as cousas aos homens. Assinale a afirmativa que NÃO justifica essa preferência do poeta.

a)           “Esses vivem em eterna demanda.”
b)           “Não se metem com ninguém.”
c)            “Multiplicam-se em excesso.”
d)           “Estão em toda parte.”


TEXTO 05

Poética



Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações (de apreço ao sr. Diretor.)

(...)

Estou farto do lirismo* namorador
Político
Raquítico
Sifilítico

(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993).

 *Lirismo é o "fazer poesia". 



QUESTÃO 11 (Descritor: identificar recursos prosódicos freqüentes em texto poético.)
Assunto: Elementos prosódicos do texto poético

Sobre o poema Poética, assinale a alternativa CORRETA.

a)    O lirismo caracterizado no 3º verso da 1ª estrofe é o oposto do lirismo comedido do 1º verso da 1ª estrofe.
b)    Na 2ª estrofe, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso, em qualquer que seja sua manifestação.
c)    Do 2º ao 4º verso, 2ª estrofe, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem a campos semânticos diferentes.
d)    A palavra lirismo tem função metalingüística, isto é, revela que o assunto do poema é o próprio fazer poético.


Leia o texto 06 e faça as questões 12 e 13.

TEXTO 06


Bruta flor do querer


Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança. Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo contido na loja e começou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero???”.
Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?  A gente sabe o que não quer: não queremos monotonia, não queremos nos endividar, não queremos perder tempo com pessoas mesquinhas, não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial continua sem resposta: o que a gente quer? O que iremos escolher entre tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro?
Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro. “O que é que você quer?” Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar. Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o Brasil de carro. Entrar para a política. Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a Grécia. Morrer dormindo.  Não morrer.  Aprender chinês.  Aprender a tocar bateria.  Desaprender tudo o que aprendeu errado. Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com seu pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais sofrer por amor. Nunca mais. O que você quer?  Viver mais calmo.  Acelerar.  Trancar a Faculdade.  Cursar uma Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mecânica. Engenharia Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar. Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos  centavos  você  tem  aí. Olha, por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro. Serve.

MEDEIROS, Marta. Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.


QUESTÃO 12 (Descritor: estabelecer relação entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades comunicativas a partir das quais foi construído.)

Assunto: Intencionalidade e estrutura textual

 Assinale a alternativa que contém a idéia expressa pelo título do texto “Bruta flor do querer”.

a)    “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”.
b)    “Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?” 
c)      “... antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.”
d)    “Olha, por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro.”


QUESTÃO 13 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da interação comunicativa.)

Assunto: Perfil de interlocutor pressuposto

A expressão “O que é que você quer?”, denota

a)    a interlocução da autora do texto com o leitor.
b)    o susto da vendedora devido ao desespero de Rivera.
c)    o desinteresse da autora mediante os desejos humanos.
d)    a apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes.


Leia o texto 07 e faça as questões 14, 15 e 16.

TEXTO 07

A FLOR NO ASFALTO

Conheço esta estrada genocida, o começo da Rio - Petrópolis. Duvido que se encontre um trecho rodoviário ou urbano mais assassino do que esse. São tantos os acidentes que já nem se abre inquérito. Quem atravessa a Avenida Brasil fora da passarela quer morrer.  Se morre, ninguém liga.  Aparece aquela velinha acesa, o corpo é coberto por uma folha de jornal e pronto. Não se fala mais nisso.
Teria sido o destino de dona Creusa, se não levasse nas entranhas a própria vida. Na pista que vem para o Rio, a 20 metros da passarela de pedestres, dona Creusa foi apanhada por uma Kombi. O motorista tentou parar e não conseguiu. Em seguida veio outro carro, um Apolo, e sobreveio o segundo atropelamento.  A mesma vítima. Ferida, o ventre aberto pelas ferragens, deu-se aí o milagre. Dona Creusa estava grávida e morreu na hora. Mas no asfalto, expelida com a placenta, apareceu uma criança. Coberta a mãe com um plástico azul, um estudante pegou o bebê e o levou para o acostamento. Nunca tinha visto um parto na sua vida. Entre os curiosos, uma mulher amarrou o umbigo da recém-nascida. Uma menina. Por sorte, vinha vindo uma ambulância. Depois de chorar no asfalto, o bebê foi levado para o hospital de Xerém. Dona Creusa, aos 44 anos, já era avó, mãe de vários filhos e viúva. Pobre, concentração humana de experiências e de dores, tinha pressa de viver. E era uma pilha carregada de vida. Quem devia estar ali era sua nora Marizete.  Mas dona Creusa se ofereceu para ir ao seu lugar porque, grávida, não pagava a passagem. Com o dinheiro do ônibus podia comprar sabão. Levava uma bolsa preta, com um coração de cartolina vermelha. No cartão estava escrito: quinta-feira. Foi o dia do atropelamento. Apolo é o símbolo da vitória sobre a violência. Diz o poeta Píndaro que é o deus que põe no coração o amor da concórdia. No hospital, sete mães disputaram o privilégio de dar de mamar ao bebê. A vida é forte. E bela, apolínea, apesar de tudo. Por que não?

Otto Lara Resende
Vocabulário
Apolínea - relativo a Apolo; belo como esse deus grego.
Genocida - crime contra a humanidade; extermínio de uma raça. 
QUESTÃO 14 (Descritor: localizar características típicas de organização da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador, discurso direto e indireto - em textos.)
Assunto: Crônica

Leia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.

(           ) O texto de Otto Lara Resende descreve apenas mais um atropelamento na Rio - Petrópolis.
(           ) O autor afirma que não existe estrada mais assassina que a Rio – Petrópolis.
(           ) Quanto ao título, não haveria diferença quanto ao significado se trocássemos o artigo definido por um indefinido.
(           ) O cronista buscou transmitir uma notícia drástica de maneira suave ao criar este título: “A flor no asfalto”.

a)   (    ) VFVF            b) (    ) VFVV              c) (    ) FFVV             d) (    ) FVVF

QUESTÃO 15 (Descritor: reconhecer os pronomes e seus mecanismos de articulação.)

Assunto: Progressão textual

Sobre a crônica “A flor no asfalto” é CORRETO afirmar que

a)    o pronome “tudo”, na última linha, retoma a idéia central do texto.
b)    a palavra “tantos”, linha 2 do 1º parágrafo, funciona como adjetivo, pois especifica o vocábulo “acidentes”.
c)    o pronome “quem”, linha 2 do 1º parágrafo, refere-se a todos que já passaram pelo local. 
d)    a palavra “nisso”, linha 4 do 1º parágrafo, resume todo o texto e se refere aos acidentes incomuns.


QUESTÃO 16 (Descritor: estabelecer relação entre o fluxo informacional de um texto e as finalidades comunicativas a partir das quais foi construído.)

Assunto: Crônica
                             
Leia as afirmativas abaixo e coloque (V) para VERDADEIRO ou (F) para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.

I. Na frase “Se morre, ninguém liga”, linha 3 do 1º parágrafo, o emprego do verbo “ligar” implica chamar ajuda.
II. De acordo com o texto, o modo do tempo verbal que abre o 2º parágrafo - “Teria” - indica um fato ocorrido.
III. A condição que evitou o esquecimento da morte de “dona Creusa” foi o fato dela estar grávida.
IV. O vocábulo “ferida”, linha 3 do 2º parágrafo, foi usado como um recurso textual para evitar repetições.

Os itens II e III são verdadeiros.
Há três itens verdadeiros.
a)              (    ) Somente os itens III e IV são corretas.
b)              (    ) Todos os itens são falsos.


TEXTO 08

FURTO DE FLOR

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber e flor não é para ser bebida. Passei-a para o vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
– Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. RJ, José Olympio, 1985. p. 80



QUESTÃO 17 (Descritor: localizar características típicas de organização da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador, discurso direto e indireto - em textos.)
Assunto: Conto
  
Leia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.

(           ) O texto Furto de Flor é predominantemente narrativo.
(           ) O autor ao longo do texto vai construindo um misto de narrativa e texto subjetivo.
(           ) O autor usou a 1ª pessoa para, supostamente, aproximar-se do personagem da narrativa.
(           ) Apenas pela leitura do título do texto, pode-se afirmar que o texto é narrativo.

a)    (    ) VVFF
b)    (    ) VFFV
c)    (    ) VFVF
d)    (    ) FVFF

         
QUESTÃO 18 (Descritor: localizar características típicas de organização da narrativa - conflito e desenlace, cenário, personagens, narrador, discurso direto e indireto - em textos.)

Assunto: Conto

Leia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência CORRETA.

(           ) O autor parece supor que no copo a flor não estava satisfeita, pois ela poderia se sentir amedrontada, uma vez que corria o risco de ser bebida.
(           ) Ao longo do texto, o personagem vai gradativamente buscando manter a flor viva, mas não é feliz no seu intento, pois a retirou de seu habitat natural.
(           ) Segundo o texto de Drummond, a condição para haver novidade numa flor, sem agredi-la, é apenas admirá-la.
 
a)    (    ) Somente o item II é falso.
b)    (    ) Os itens II e III são falsos.  
c)    (    ) Todos os itens são verdadeiros.
d)    (    ) Somente os itens II e III são verdadeiros.




Leia o texto 09 e faça as questões 19 e 20.

TEXTO 09

Os jovens e os dilemas da sexualidade

Atualmente, os jovens estão iniciando a vida sexual mais cedo. A sexualidade tem sido discutida de forma mais “aberta”, nos discursos pessoais, nos meios de comunicação, na literatura e artes. Entretanto, essa aparente “liberdade sexual” não torna as pessoas mais “livres”, pois ainda há bastante repressão e preconceito sobre o assunto.
Além disso, as regras de como devemos nos comportar sexualmente prevalecem em todos os discursos, o que se torna uma questão velada de repressão. O jovem do século XXI é visto como livre, bem informado, “antenado” com os acontecimentos, mas as pesquisas mostram que, quando o assunto é sexo, há muitas dúvidas e conflitos. Desde dúvidas específicas sobre questões biológicas, como as doenças sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que devem tomar em determinadas situações.
Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes. A mídia, salvo exceções, contribui para a desinformação sobre sexo e a deturpação de valores. A superbanalização de assuntos relacionados à sexualidade e das relações afetivas gera dúvidas e atitudes precipitadas. Isso pode levar muitos jovens a se relacionarem de forma conflituosa com os outros e também com a própria sexualidade.
Enfim, hoje existe uma aparente liberdade sexual. Ao mesmo tempo em que as pessoas são, em comparação a anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo afetivo e sexual, ainda há muita cobrança por parte da sociedade. Essa cobrança acaba sendo internalizada. Assim, as pessoas acabam assumindo comportamentos e valores adotados pela maioria.



QUESTÃO 19 (Descritor: perceber que o grau de informatividade de um texto pode estar relacionado a fatores extralingüísticos como conhecimentos prévios do leitor e o contexto da interação comunicativa.)

Assunto: Texto e informatividade

No texto, a autora afirma que há uma aparente liberdade sexual. Assinale a alternativa que CONFIRMA essa afirmação.

a)    A maneira incisiva e proibitiva como a sociedade hoje, muito mais que em anos passados, tem agido no que diz respeito à sexualidade dos jovens.
b)    A nova postura dos jovens de hoje que têm mais liberdade em suas escolhas, porém as práticas sociais, de certa forma, influenciam de maneira repressiva seus valores.
c)    A banalização da sexualidade, que faz com que os grupos sociais, nos dias de hoje, deixem de se importar com questões dessa natureza.
d)    O total descaso da sociedade em relação à vida sexual dos jovens, apesar dos perigos a que eles estão expostos, como às doenças sexualmente transmissíveis.


QUESTÃO 20 (Descritor: identificar as circunstâncias expressas pelos advérbios assim como pelas orações adverbiais correspondentes.)

Assunto: Conjunções subordinativas adverbiais.

Assinale a alternativa que mantém o mesmo sentido do conectivo da oração em destaque.

 “Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes.”

a)    Embora iniciem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes.
b)    Como os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, não têm informações e orientações suficientes.
c)    Tanto os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, que não têm informações e orientações suficientes.
d)    Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, portanto não têm informações e orientações suficientes.




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